sábado, 1 de março de 2008

Seguindo em frente com (des) Artes & Textos:

O Saber e o Não Saber

Quando estamos certos do que sabemos costumamos afirmá-lo num tom que se caracteriza pela exclamação, em passado recente também conhecida como admiração. Admiração porque o Saber era motivo.

Ter certeza nos dá confiança e nos ajuda a superar obstáculos. É o Conhecimento ditando as regras, dispensando as crenças, eliminando os medos, reforçando a coragem.

Quando temos dúvidas sobre algo, quando nos aperta o mal-estar da incerteza, passamos a nos expressar de forma melancólica, deprimida, triste e interrogativa. Marchamos pelos caminhos da vida aos tropeços, procurando nos desviar de obstáculos por nós mesmos impostos, barreiras que o nosso inconsciente vacilante nos impõe como meio de nos proteger do desconhecido. As respostas que nos damos se limitam ao “quem sabe?”, ao “somente Deus pode ajudar...”, tudo sem convencimento, sem coerência.

Para vivermos com qualidade nos tempos hodiernos, precisamos encontrar respostas coerentes para as nossas dúvidas, temos que ancorar a interrogação na força da exclamação, devemos saltar os obstáculos impostos pelo inconsciente e Conhecer.

A vida somente será plena quando as nossas respostas forem mais freqüentes que as nossas perguntas, embora estas sempre se façam presentes, a alimentar a ânsia e a necessidade do Saber.

A Dúvida está para a fragilidade do Vidro assim como a Certeza está para a resistência do Aço.

Juracy de Oliveira Paixão (Maio de 2003).