Voltando ao (des)Artes & Textos, aí vai mais uma.
da Vida... A Roda e o Cercado
Podemos comparar a nossa marcha, enquanto vivos, às quatro estações que delimitam as condições climáticas do ano.
Nosso nascer se assemelha à primavera, quando as plantas brotam e as flores se abrem, para alegria dos olhos. Na infância, ainda incrédulos diante das novidades e surpresas do mundo ao nosso redor, sorrimos transbordando alegria e mesmo o nosso eventual pranto cheira a satisfação.
Adolescentes, aprendemos a amar e a odiar, não admitimos sofrimento ou derrota, apostamos no futuro, por mais incerto que este nos pareça. Adultos, assumimos riscos e responsabilidades, dividimos nossas alegrias e realizações com parceiros e parceiras que julgamos perfeitos, em que pesem as decepções eventuais. Quando acertamos, vivemos a satisfação plena que somente o calor do afeto e da lealdade permite. Estamos em pleno verão.
Logo, como um soprar de ventania, descobrimos que existe a frustração, o sofrimento, a derrota. A necessidade de apoio torna-se uma constante, ainda que seja para seguirmos na trilha. As perdas ao nosso redor diminuem nossa aposta no futuro, antes tão promissor. Sofremos quedas inesperadas, desiludimo-nos com alguns dos que julgávamos parte de nós e nos agasalhamos. É o outono que nos bafeja.
O frio que nos invade a alma aponta a chegada do inverno, marcando, com seu cajado, o término da jornada. O que, um dia, nos parecia remoto, bate à nossa porta e nos transporta para o desconhecido.
A vida é uma roda que gira incessantemente, mas o fim certo indica que esse giro, tão ansiosamente praticado, se dá, sempre, dentro de um cercado sem saídas.
Juracy de Oliveira Paixão (Fevereiro de 2004).
Podemos comparar a nossa marcha, enquanto vivos, às quatro estações que delimitam as condições climáticas do ano.
Nosso nascer se assemelha à primavera, quando as plantas brotam e as flores se abrem, para alegria dos olhos. Na infância, ainda incrédulos diante das novidades e surpresas do mundo ao nosso redor, sorrimos transbordando alegria e mesmo o nosso eventual pranto cheira a satisfação.
Adolescentes, aprendemos a amar e a odiar, não admitimos sofrimento ou derrota, apostamos no futuro, por mais incerto que este nos pareça. Adultos, assumimos riscos e responsabilidades, dividimos nossas alegrias e realizações com parceiros e parceiras que julgamos perfeitos, em que pesem as decepções eventuais. Quando acertamos, vivemos a satisfação plena que somente o calor do afeto e da lealdade permite. Estamos em pleno verão.
Logo, como um soprar de ventania, descobrimos que existe a frustração, o sofrimento, a derrota. A necessidade de apoio torna-se uma constante, ainda que seja para seguirmos na trilha. As perdas ao nosso redor diminuem nossa aposta no futuro, antes tão promissor. Sofremos quedas inesperadas, desiludimo-nos com alguns dos que julgávamos parte de nós e nos agasalhamos. É o outono que nos bafeja.
O frio que nos invade a alma aponta a chegada do inverno, marcando, com seu cajado, o término da jornada. O que, um dia, nos parecia remoto, bate à nossa porta e nos transporta para o desconhecido.
A vida é uma roda que gira incessantemente, mas o fim certo indica que esse giro, tão ansiosamente praticado, se dá, sempre, dentro de um cercado sem saídas.
Juracy de Oliveira Paixão (Fevereiro de 2004).