sábado, 3 de janeiro de 2009


Caros amigos,

2009 está presente e chegou feio, se olharmos para a matança na Faixa de Gaza (apesar do Obama) . Triste mundo, este.

Findei 2008 com as comemorações da formatura da minha Elizabethe em Medicina, após mais de uma década de estudos (cursinho e faculdade). Recebemos a visita do meu irmão e de minhas irmãs, além da minha neta, Letícia. Na festa final ( o Baile das Esmeraldas), vários amigos - todos "do peito") marcaram presença, fazendo coro com os nossos parentes. Foi a melhor festa da minha vida.

2009 chegou. Para ele, dedico o presente capítulo de (des) Artes & Textos.



Variações sobre um mesmo Tema


Juntamente com as rochas, a madeira é um dos poucos componentes da natureza que permanece mais imutável em sua composição, em que pese a nova tecnologia dos transgênicos...

Por seu turno, o mundo vai vivendo sua vida como se nada de novo estivesse acontecendo, ou em vias de acontecer.

O mar, submetido à ação das marés, sobe e desce nas praias, ora destruindo castelos de areia, ora escavando grutas nos rochedos que protegem a costa. Vez por outra invade as "Nova Orleans" do Primeiro Mundo.

O ar cada vez mais se pinta de cinza, ao menos para esconder o tamanho do buraco na camada de ozônio, prova cabal do que o progresso é capaz.

O solo, tão fértil no passado (ao ponto de fazer germinar flores nas pedras), hoje despoja-se de suas qualidades e somente produz se lhe adubam as entranhas.

Os rios, ontem caminhos certos para destinos incertos, nada mais são, agora, do que esconderijos de lixo, de morte.

A chuva costuma escolher onde cair, preferencialmente onde haja esgotos entupidos ou barracos mal seguros.

O sol aquece mais do que nunca, não porque esteja se revigorando, mas porque seu cobertor está roto.

Os animais, cada vez mais raros (com exceção dos que são criados para matança), recolhem-se a seus redutos, buscando a paz que lhes foi tomada.

E o tal do Ser Humano?? Este remói novos métodos de abalar as estruturas, aperfeiçoa sistemas para globalizar a miséria, desenvolve formas cada vez mais eficientes de violência.

Ao menos com a madeira podemos fazer cilindros, paralelogramos, até esferas. Podemos sonhar, debruçados nas janelas que construirmos, com uma ilusória volta aos remotos tempos da natureza mestra e mãe.

Juracy de Oliveira Paixão ( Novembro de 2003).