quinta-feira, 22 de novembro de 2007



A Incógnita e o Medo


Sempre que nos deparamos com o desconhecido passamos por uma sensação de medo, como se nos sentíssemos vulneráveis a algum perigo.

O desconhecido corresponde a um labirinto, do qual a saída somente é alcançada após várias tentativas frustrantes. Esse labirinto chama-se Vida e nele estamos permanentemente procurando uma saída desconhecida.

No labirinto chamado Vida, a entrada varia conforme as posses e os pretextos: uns a têm decorada com arabescos e ouro, outros a percebem iluminada por nobres archotes. Para a grande maioria, porém, a porta inicial é simples e semelhante. Seja dourada e clara a entrada ou seja ela pobre e nebulosa, a saída sempre estará – se existir saída – num desconhecido final de caminho.

O temor diante do desconhecido é fruto da nossa ignorância e sempre nos infunde incerteza, como se o mal estivesse presente quando da ausência do conhecimento.

O que somos, no Universo? Nada mais que um insignificante grão de areia. Somente nos tornaremos percebidos na medida em que agregarmos conhecimento à nossa imagem. Assim, ela deixará de ser algo difuso, repetido, tornando-se um clarão na noite escura da Incógnita.

Olhamos nossa própria imagem e nos atribuímos beleza, capacidade, ciência, força. Diante da Incógnita, diante da escuridão do desconhecido, não passamos de uma frágil janela decorada em busca de uma luz que nos conduza ao caminho para o Saber.

Atiçada pela Curiosidade, a Ignorância vence o Medo e age como uma alavanca na busca do Conhecimento.

Reconhecer-se ignorante é o caminho para a Sabedoria. No Labirinto da Vida, o Saber é a Saída.

Juracy de Oliveira Paixão (Julho de 2003).

Nenhum comentário: