sexta-feira, 30 de novembro de 2007

2º texto de (des)Artes & Textos


As Asas da Imaginação


O bom da nossa capacidade de imaginar reside no fato de que, imaginando, poderemos sair da letargia. Nossa imaginação - fértil quando estamos ou somos ociosos - nos aponta esplêndidos horizontes, verdadeiros espelhos de cristal nos quais se refletirão nossos desejos mais recônditos: viajar por “mares nunca dantes navegados”, alcançar o cume de todos os everests, possuir a sapiência dos decantados sábios gregos, bafejar a sorte de Noé, galgar postos de faraós, satisfazer a todos com as nossas benesses.

A imaginação nos permite tornar, ainda que de forma fugaz, os nossos sonhos em realidade.

Mas se formos, em eventuais pesadelos, os algozes? Ou se vítimas no mal sonho, dele quisermos nos vingar? Em opaco espelho ofertado pela imaginação, haveremos de fazer fortuna a qualquer preço, agiremos com prepotência e arrogância nas relações com os semelhantes, demonstraremos uma superioridade própria dos mistificadores, seremos lobos saciados a devorar indefesos cordeiros.

As Asas da Imaginação não são senhoras do bem ou do mal. Antes, são frutos da Letargia. Esta, por sua vez, se manifesta conforme as regras do seu senhor.

Um comentário:

Roberto Martins disse...

pois é amigo...
o q seria de nós se não imaginassemos...
abs !