quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Mais uma noite de boemia

Irará anos 50. Rua Manoel Julião. Bar de Zé Petu. Uma mesa com seis lugares: três copos de cerveja a meia espuma, uma garrafa de Laranja Turva e um par de cálices cheirando a “Dois Leões”. Numa cabeceira, Dante a dedilhar as cordas, afinando o violão. Em frente, Zé Vermelho a pigarrear, aprontando a voz. Ladeando, Agnaldo Maia esfrega as mãos, preparando-se para as palmas. Outros três – platéia – esperam o esperado: noite de boemia, com toque e voz de ouro.

A música – e letra - não se sabe quem compôs ou escreveu. Sabe-se, apenas, que representa o sentimento de cada ouvinte:

O Beijo

O beijo
Pode ser roubado,
Pode ser comprado,
Ou de coração.

Na vida,
Já provei três beijos,
Vou contar, cantando.
Prestem atenção.

Beijo roubado
É um beijo emocionante,
Porém dura um só instante.
Eu provei, quase apanhei.

Beijo comprado
Não é beijo verdadeiro,
Pois tem gosto de dinheiro.
Eu provei e não gostei.

O beijo dado,
Este sim é verdadeiro
Porém dura um ano inteiro,
Para assim poder beijar

E foi preciso
Que com ela me casasse
Pra que ela me beijasse,
Mas assim é bom beijar.

Juracy Paixão. Fortaleza – 12/12/07

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