quarta-feira, 26 de setembro de 2007


Lembranças

Às claras, na noite da minha tristeza, veio-me à memória
o dia em que te encontrei.

À minha solidão chegastes como a aurora de um amanhecer.

Juntos fizemos alegorias à felicidade e à vida.

Tínhamos um desencontro – eras o meu coração e eu o teu fígado.
Enquanto davas lógica à minh’alma, a mim cabia-me filtrar os teus humores...

Nossas dissonâncias, deglutíamos às escâncaras.

Fomos felizes até o instante em que à monotonia rendemos culto...

Nada mais me vem à lembrança senão dor pela tua perda, fígado que fui.


Juracy de Oliveira Paixão

Um comentário:

NRS disse...

Olá, tudo bom? Aqui é a Nelita a postar no seu blog e muito feliz por isso. Aliás, me incentivou a reativar o meu, que estava parado desde maio - nem nas férias me dei ao trabalho de escrever algo.

Prometo que com mais calma lerei tudo o que escrever, mas gostei muito de a primeira postagem minha ser sobre um poema tão sensível. Eu me lembrei da época em que eu descobria o gosto pela leitura e achava os poemas complicados de entender, por isso não gostava. Com o tempo, descobri a riqueza que existe tanto no poema quando na poesia envolvida; viajo e adoro! Parabéns!

Um grande beijo pra você e pra Tia Beth também!

Nelita - SP