quarta-feira, 11 de maio de 2016

O Cofre Iraraense e suas Moedas

                                               Juracy de Oliveira Paixão (junho 2009)

Os humanos começaram a interagir no momento em que as trocas se tornaram uma garantia de sobrevivência: O escambo funcionava como recurso de abastecimento. O surgimento da Moeda – que substituiu o escambo - foi conseqüência direta da exploração de um grupo por outro e da imposição do poderio econômico nascente. A partir de então, não se tem vislumbrado o termo moeda como algo positivo ou merecedor de aplausos.

Cofre é visto, sempre, como lugar de guardar riquezas, bens de valor. Bens materiais, ressaltem-se. Aluga-se um cofre em um banco para a guarda segura de jóias e títulos ou para esconder dinheiro que não pode ser contabilizado (o sujo ou de origem duvidosa). Cofre é sinônimo de algo forte, mas também se usa o termo para indicar uma pessoa plena de mistérios. Afinal, mistérios materiais são guardados em cofres.

O Cofre Iraraense refere-se às características de uma comunidade rica de apelos culturais populares; marcada por personagens que fizeram nome e tempo; com uma profícua história registrada nos seus casarões, cantos e folguedos; com personagens dotados de desprendimento em favor dos desvalidos; titulada pelo arroubo político-revolucionário.

São diversas, distintas e inegociáveis as moedas que enchem o Cofre Iraraense:

  • A Moeda do desprendimento intitula-se Alberto Nogueira, aquele que sacrificou sua vida e seu patrimônio em beneficio dos desprotegidos.
  • A Moeda da ética e da lisura em favor do social está registrada sob o nome de Deraldo Portela, o prefeito perfeito. As partículas (centavos) dessa moeda se configuram ao ouvir-se o som mavioso da “25 de Dezembro”.
  • A Moeda do saber ser “ARTE e POVO” brilha no trabalho de Zé Nogueira e se espraia pela obra de João Martins.
  • A Moeda da alegria boêmia, tão iraraense e tão anos cinqüenta, reluz na voz inigualável de Zé Vermelho.
  • A Moeda do afeto e do denodo popular espelha-se na tez altaneira de Alfredo da Luz.
  • A Moeda capaz de exportar-se e de irararizar-se pelo mundo afora apresenta-se na virtuose rebelde de Tom Zé.
  • A Moeda da luta em favor das causas sociais e de sua exposição no complexo mundo parlamentar apresenta-se em Fernando Santana.
  • A Moeda da fidelidade à causa, em que pesem as adversidades, registra-se em Pedro de Tiano e Raul Cruz.
  • A Moeda do revolucionário nato – fiel e leal - sem perder a característica irarense, tilinta em Aristeu Nogueira.

No Cofre Iraraense estava a faltar uma moeda. Uma que cuidasse do que restou do patrimônio cultural e histórico da nossa comunidade; uma que olhasse para todos sem arremedos e sem gestos de segregação ou desprezo. Essa moeda, faltante, foi criada com a entrada de Roberto Martinso Ró de Zé do Rádio – para o Quadro de Elite da Administração Municipal. O Prefeito Municipal Derivaldo Pinto Cerqueira soube encontrar a voz certa para a ação desejada, num sinal claro de que pretende marcar época com sua administração.


O Cofre Iraraense ainda tem espaço para novas moedas. Certamente nossa comunidade as cunhará a tempo e hora.

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