quarta-feira, 11 de maio de 2016

Os Encourados de Pedrão e a Luta pela Independência da Bahia

                                                                                                               Juracy O. Paixão

Três de novembro de 1821. “Convocado o povo, militares e civis sobem a Ladeira da Praça e ocupam o prédio da Câmara”. Dali, parte o aglomerado para a Casa dos Governadores e exige a deposição da Junta. O comandante militar português, Francisco de Paula e Oliveira, comanda: “É guerra de Brasileiros com Portugueses”. Rapidamente, o brigadeiro Luís Madeira de Melo ocupa as praças e ruas com suas tropas, dando início à resistência portuguesa ao movimento geral, em todo o Reino do Brasil, pela Independência. Os portugueses reagem ao O FICO e o povo apóia o Regente.

A cidade de Salvador começa a esvaziar-se: famílias inteiras se deslocam para o Recôncavo, temendo a ação dos portugueses.

Junho de 1822. No Recôncavo concentram-se os líderes baianos que apóiam o Príncipe Regente. A guerra pela Independência do Brasil na Bahia inicia-se com a mobilização de tropas na Vila de Nossa Senhora do Rosário da Cachoeira, que assume o papel de Capital. A Independência, já motivo de confronto, somente seria decretada a Sete de Setembro, às margens do Ipiranga.

As tropas brasileiras começam a formar-se a partir dos batalhões patrióticos, oriundos das diversas comarcas da Província: Companhia dos Caçadores de Santo Amaro, Voluntários da Vila de São Francisco, Voluntários do Príncipe Dom Pedro (Periquitos - batalhão ao qual pertence Maria Quitéria), Libertos Imperiais (batalhão de escravos, cedidos por seus senhores) e os Encourados de Pedrão.

De Oito de Novembro de1822 a Dois de Julho de 1823, esses combatentes enfrentariam as tropas portuguesas, sitiariam Salvador e libertariam a Província do jugo lusitano.

A Independência, de fato, se deu na Bahia.


Os Encourados de Pedrão formavam um batalhão de vaqueiros recrutados nas fazendas de gado da região de Pedrão e circunvizinhanças, por iniciativa do padre Brayner. O jaleco e o gibão, até então usados como proteção contra os espinhos da caatinga brava, passa a ser a indumentária do herói sertanejo na defesa da Pátria e da Província.

Pedrão, então pequena vila da Comarca de Água Fria (mais tarde incorporada à Comarca da Purificação dos Campos – Irará), hoje se orgulha de seus rústicos heróis e os homenageia com escola e biblioteca que lhes leva o nome: “Encourados de Pedrão”.

Bibliografia

- Dias Tavares, L. H., História da Bahia, UNESP: Salvador, BA: EDUFBA, 2001.


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