Os Encourados de Pedrão e a Luta pela
Independência da Bahia
Juracy O. Paixão
Três de novembro de 1821. “Convocado
o povo, militares e civis sobem a Ladeira da Praça e ocupam o prédio da Câmara”.
Dali, parte o aglomerado para a Casa dos Governadores e exige a deposição da
Junta. O comandante militar português, Francisco de Paula e Oliveira, comanda:
“É guerra de Brasileiros com Portugueses”.
Rapidamente, o brigadeiro Luís Madeira de Melo ocupa as praças e ruas com suas
tropas, dando início à resistência portuguesa ao movimento geral, em todo o
Reino do Brasil, pela Independência. Os portugueses reagem ao O FICO e o povo apóia o Regente.
A cidade de Salvador começa a
esvaziar-se: famílias inteiras se deslocam para o Recôncavo, temendo a ação dos
portugueses.
Junho de 1822. No Recôncavo
concentram-se os líderes baianos que apóiam o Príncipe Regente. A guerra pela
Independência do Brasil na Bahia inicia-se com a mobilização de tropas na Vila
de Nossa Senhora do Rosário da Cachoeira, que assume o papel de Capital. A
Independência, já motivo de confronto, somente seria decretada a Sete de Setembro,
às margens do Ipiranga.
As tropas brasileiras começam a
formar-se a partir dos batalhões patrióticos, oriundos das diversas comarcas da
Província: Companhia dos Caçadores de Santo Amaro, Voluntários da Vila de São
Francisco, Voluntários do Príncipe Dom Pedro (Periquitos - batalhão ao qual pertence Maria Quitéria), Libertos
Imperiais (batalhão de escravos, cedidos por seus senhores) e os Encourados de
Pedrão.
De Oito de Novembro de1822 a Dois
de Julho de 1823, esses combatentes enfrentariam as tropas portuguesas, sitiariam
Salvador e libertariam a Província do jugo lusitano.
A Independência, de fato, se deu
na Bahia.
Os Encourados de Pedrão formavam um batalhão de vaqueiros recrutados
nas fazendas de gado da região de Pedrão e circunvizinhanças, por iniciativa do
padre Brayner. O jaleco e o gibão, até então usados como proteção contra os
espinhos da caatinga brava, passa a ser a indumentária do herói sertanejo na
defesa da Pátria e da Província.
Pedrão, então pequena vila da
Comarca de Água Fria (mais tarde incorporada à Comarca da Purificação dos
Campos – Irará), hoje se orgulha de seus rústicos heróis e os homenageia com
escola e biblioteca que lhes leva o nome: “Encourados de Pedrão”.
Bibliografia
- Dias Tavares, L. H., História
da Bahia, UNESP: Salvador, BA: EDUFBA, 2001.
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